“De todas as maneiras que há de amar nós já nos amamos (...)
Agora já passa da hora, tá lindo lá fora, larga minha mão.”
(De todas as maneiras – Chico Buarque)
O ar está parado
Pesado de um almíscar pernoitado
Anuviado de um cigarro mal apagado
A espuma já murchou
A balbúrdia já cessou
Os lençóis estampam a brancura que não têm
E o riscado bolero silencia
Não há de ser nada
São só fios amarelos indiscretos
Que descaram e revelam
Espelhos tortos, almas torpes
Bobeiras, besteiras, bobagens
Lampejos de lucidez
Clareiam as memórias
Embebidas em gim e tônica
Voltando a ser o que foram
Ainda sem saber o que são
Nenhum comentário:
Postar um comentário