domingo, 31 de outubro de 2010

Vamos jogar peteca?

“Somos nessa época os poucos empenhados em atentar contras as coisas, em criar em nós mesmos espaços para a vida.”
                                  (O Pesa-Nervos – Artaud)

Se pensarmos bem, as relações humanas é um verdadeiro jogo de peteca e eu nunca fui uma grande esportista. Eu nunca sei o que fazer quando a peteca está em minhas mãos. Acho que ninguém sabe, porque assim que a recebem, já arrumam um jeito de passá-la para frente nem que para isso precise de uns movimentos um tanto quanto estranhos e retorcidos e um bocado de caretas.

Alguns esperam e planejam uma jogada genial. Outros jogam sem pensar duas vezes. Outros ainda raciocinam planos mirabolantes para surpreender o adversário. O relacionamento entre as pessoas não deveria ser um jogo cujo principal objetivo é se livrar do outro o mais rápido possível e ficar numa posição confortável. Quanta beleza estamos perdendo, quantas cores, quantas formas, afinal de contas, às vezes, a peteca surge de lugares inesperados, de formas violentas e suas penas podem machucar, mas sabem ser belas as danadas.

As amizades, os amores, a convivência humana hoje se tornaram o Rolland Garros das petecas. Temos pressa, não temos tempo, temos medo, não temos esperança, temos facilidade, não temos confiança, temos jogo de peteca, não temos amor. Amizades superficiais, amores passageiros, vida apagada. Quando é que acaba o jogo? Porque eu não quero mais jogar peteca, eu quero viver!

2 comentários:

  1. kara, muito interessante o texto. Estava procurando a imagem de uma peteca no google e encontrei a riqueza de palavras nesse blog. Meus parabéns. Se quiser seguir meu blog, esteja à vontade. Seguirei também o seu.

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  2. Obrigada... São só palavras, organizadas na desordem da minha mente e que me fazem algum sentido!

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