segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Na ponta do lápis

“Eu o ajudarei a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é tudo.”
                                                                               (Herman Hesse)


Quis te escrever em versos e rimas
Na tentativa de te esculpir
E te fazer caber em palavras mentirosas
Pra te encaixar no meu poema

Acabei por criar um você
Rabiscado, apagado, reescrito
Em letras desenhadas
Afundadas numa folha reciclada

Via surgindo em minhas escrituras
Partituras para cantar a mesma música
Só que agora em outro tom
O tom do meu diapasão

Quis te emprestar a vida
E dar mais corda
Num você diferente de você
Que só existe em mim

2 comentários:

  1. E quantos você não existem por aí?! Não existe um único alguém absoluto, nem houve ou haverá... e isso parece bem interessante até ; )

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  2. É justamente por isso que sigo inventando tantos "você", juntando o que de melhor e de pior em tantos por ai, criando uma criatura única, e isso me faz sentir especial!

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